Sinopse
A comparação entre os textos sobre história e filosofia gregas e aqueles que examinam a posição crítica de Adorno e Benjamin nos encaminham, na leitura deste conjunto de trabalhos, para uma reflexão que talvez seja capaz de reunir em profundidade as diversas abordagens. Na antiguidade, a angústia da morte fez nascer um desejo de imortalidade cuja realização dividiu-se entre a poesia, a história e a filosofia, cada uma buscando à sua maneira preservar para sempre o heroísmo, a ação e os pensamentos de um ser perturbado pela iminência do desaparecimento. Na modernidade, a angústia da perecibilidade, que Benjamin tão profundamente analisou na obra de Baudelaire, está irremediavelmente contaminada pela experiência de uma imortalidade mistificada que os homens nomeiam como progresso. A totalização abstrata, ao roubar o lugar da individualidade singular de homens e eventos, não mais permite uma esperança individual ─ e tampouco a aspiração coletiva, que somente se realiza nos confins da individualidade. Altaneiros, creditando-se foros de nobreza e fidalguia herdados da sua vida secular na Península Ibérica, mantiveram-se por muito tempo afastados dos seus demais correligionários provenientes de outras regiões da Europa.
Mas o tempo agiu implacavelmente.