Sinopse
Este livro nasceu de dois sentimentos opostos: inveja e apreciação.
Li umas primeiras crônicas de Marcos Wasserman, que amigos me enviaram do Brasil. Eu o conhecia como advogado e presidente do Centro Cultural Israel-Brasil. Passei a acompanhar e a apreciar seus textos. Fui tantos anos diretor de publicações em casa, no Brasil, que o esforço de sugerir ou selecionar temas para colaboradores virou uma segunda natureza. A primeira é a de repórter com 65 anos de atividade.
Aprendi cedo a admirar bons textos. E, sem falsa modéstia, como diretor evitava escrever.
Selecionava os que considerava os melhores. Erro imperdoável tentar competir, pois não me incluiria entre eles. Tentava satisfazer minha normal vaidade aplicando minha intuição na montagem de publicações pela combinação do talento das equipes que formava. Muitas centenas de colegas passaram pelo meu comando, que assegurava a cada um a liberdade de criar. Foram dias de grande satisfação pessoal.
Como repórter, tive grandes mestres brasileiros e estudei muitos dos estrangeiros que mais admirava. Mas jamais consegui escrever uma crônica, o que exige técnica e talento muito especiais.
A crônica combina a técnica refinada do contista com o instinto dos melhores repórteres. É uma historia com começo, meio e fim de um detalhe do que se observa ou sente. Exige em estilo narrativo que sustenta a curiosidade até o último ponto, mas compatível com o tema. A leveza de um suspiro ou o peso de um drama.
São textos atemporais, que sobrevivem no tempo.
Conheço a teoria. Jamais soube aplicá-la.
– Acompanhando os textos de Marcos, passei a invejá-lo. Ele tinha a vocação e o talento.
Dizia para mim mesmo que seriam selecionados para publicação se ainda estivesse em função de direção. Passei a insistir com ele que organizasse uma coletânea para publicação em livro.
Leiam e concordem comigo.
Nahum Sirotski.